domingo, 28 de dezembro de 2008

Sim! Descobri como voltar a ser criança!


Esta semana foi aniversário da Ana Luíza e quem ganhou o presente fui eu! Ela quis comemoração com tema de fada e eu entrei num mundo cor-de-rosa, púrpura, fúcsia e furta-cor, cheio de glitter e de coisas brilhantes. Tudo o que eu precisava neste fim de ano era passar dias de fantasia depois de meses repletos de realidade. Preparei uma decoração cheia de fadinhas, flores, luzinhas coloridas, bolhas de sabão, roupa de fada e flutuei como Sininho, que agora mudou de nome e se chama Tinkerbell...


Enquanto percorria as lojas da cidade atrás de tudo o que pudesse usar nessa decoração, escutei vezes sem conta o eterno comentário de todo dezembro: Nossa! Já é Natal de novo e eu nem vi o ano passar! Pois quero declarar aqui que vi meu ano passar. Diferente do que me acontecia nos últimos tempos quando um Natal se sucedia ao outro sem que eu percebesse, neste ano fui criança de novo. Meu Natal demorou muuuuuuito para chegar.

Sempre achei que o fato de correr de um lado para o outro era o que fazia com que o tempo passasse tão rápido para nós, adultos. Achava que a agenda vazia das crianças era a responsável por fazer o tempo delas andar lentamente, mas estava enganada! Poucas vezes na minha vida tive dias tão corridos como neste ano em que quase enlouqueci e, no entanto, 2008 passou absurdamente devagar. Voltei aos meus tempos de infância!

Para as crianças o tempo não passa devagar. O que acontece é que todos os dias elas fazem alguma coisa nova, alguma coisa que nunca fizeram. Isso torna cada dia diferente do anterior. Como os dias são todos diferentes uns dos outros, então elas os vivem conscientemente. Elas vivem os 365 dias entre um Natal e outro! Portanto, o que faz o tempo passar rápido é a mesmice. Uma sucessão de dias idênticos. É quase como se, de dezembro a dezembro, houvesse um único e longo dia. É por fazer todos os dias a mesma coisa que ao chegar ao fim de um ano achamos que o tempo passou rápido demais.

Comprovei essa teoria sendo meu próprio ratinho de laboratório. Em 2008, procurei fazer coisas diferentes, coisas que nunca tinha feito. O resultado foi ter novamente a sensação de que meu Natal demorou uma eternidade para chegar, como quando eu era aquela menina que esperava ansiosamente pela vinda do Papai Noel... E não é uma questão de dinheiro. Não só de dinheiro, pelo menos. É principalmente uma questão de vontade de viver. Viver cada momento de maneira consciente.

Nesse ano que passou eu trabalhei muito. Demais. Exageradamente! E mesmo assim, fiz com que meus dias fossem diferentes uns dos outros...

Usei cores e tipos de roupas que nunca tinha usado. Usei cores nas roupas. Usei cores na maquiagem. Usei pelo menos sete cores diferentes de esmalte que jamais tinham passado pelas pontas dos meus dedos. Transformei meus dias num imenso arco-íris. Andei descalça na grama do Parque Barigui. Sentei embaixo de uma árvore e fiquei encostada no tronco, deixando que o sol queimasse o meu rosto. Caminhei por ruas da cidade que não conhecia. Fiz caminhos diferentes para percorrer percursos iguais. Por não ter mais um carro, quase só ando de ônibus ou a pé. Seja a pé ou seja no ônibus, viajei sempre olhando para cima, observando os prédios dessa cidade onde nasci, mas que pouco conhecia. Observei a fisionomia das pessoas, bisbilhotei a conversa alheia, prestei atenção às opiniões, às conclusões, aos raciocínios. Conversei com muitos estranhos e, nem que fosse por apenas dez minutos, prestei imensa atenção às suas histórias. Descobri que as pessoas têm histórias riquíssimas de vida pra contar. Perguntei sobre seus trabalhos e percebi quantas profissões diferentes existem e quantas coisas não sei fazer. Testei receitas novas. Fiz um jantar para doze pessoas com aperitivo, entrada, prato principal, queijo, sobremesa, café, chocolates e bolachinhas. Iluminado por velas perfumadas. Experimentei frutas que nunca tinha experimentado. Fiz geléias de laranja, limão, morango, jabuticaba e figo. Comprei marmelos e fiz marmelada. Escutei músicas que nunca tinha escutado de cantores que não conhecia. Ouvi novamente CDs que há anos estavam guardados. Assisti a filmes que já tinha visto e também a outros que queria ver mas sempre adiava. Usei roupas que há décadas não usava, assim como dei outras que acreditava que um dia ainda usaria. Conheci mais de vinte cafés diferentes na cidade e, em cada um deles, tentei pedir alguma coisa que nunca antes tivesse provado. Elegi um dia da semana para almoçar com amigos e procurei encontrar pessoas que não via há muito tempo. Quando não foi possível encontrar algum amigo nesse dia reservado, almocei em grande companhia: eu mesma e meus pensamentos. Dediquei várias horas a meus pensamentos sem achar que preciso sempre estar fazendo alguma coisa para me sentir útil. Organizei um churrasco para meus companheiros do ensino médio e pudemos constatar que amizades verdadeiras não morrem com o afastamento dos corpos. Juntei os e-mails trocados com um grande amigo em um único arquivo e escrevi o livro da nossa vida. Comi queijo e bebi vinho em dia de semana sem motivo nenhum. Tomei uma garrafa de vinho sozinha (experiência a não ser repetida em 2009!). Pulei numa cama elástica. Fiz uma aula de Hip-Hop. Comecei a fazer aulas de dança. Reorganizei os livros na estante. Visitei cidades às quais nunca tinha ido. Tirei milhares de fotos. Olhei fotos antigas. Fiquei hospedada na casa de pessoas que não conhecia pessoalmente. Abracei amigas que só conhecia virtualmente. Caí de uma cadeira e morri de rir. Quebrei uma taça na casa de uma amiga, espalhei a ração dos cachorros dela pelo chão. Fui ao salão fazer maquiagem para ir a um aniversário. Arrumei o cabelo em dia que não tinha festa. Corri de salto alto pela calçada. Fiz bijuterias. Fiz meu mapa astral. Consultei um tarólogo. Tomei florais. Escutei mantras. Encarei desafios profissionais. Andei de elevador com o Governador. Conversei com um senador, com um cônsul, com dois escritores. Enviei textos para seleções, entrei em algumas, fui negada em outras. Publiquei um trabalho em uma revista de patchwork. Escrevi dezenas de cartas e centenas de e-mails falando da vida, falando de mim, falando do outro. Espalhei bloquinhos por vários lugares e anoto ali todas as idéias que me passam pela cabeça: de novos projetos de patchwork a soluções para os problemas do mundo...

Dito assim pode parecer que meu ano foi só felicidade. Nada disso! Tive acessos de cólera. Pedi perdão a muita gente, inclusive a meus filhos. Enviei flores brancas em sinal de paz. Sufoquei meu superego e me concedi o direito de não ser perfeita: deixei de entregar trabalhos, faltei aulas na universidade, cheguei atrasada. Fiz isso porque percebi que meu corpo tem um limite e que precisa descansar. Permiti que meu corpo descansasse mesmo que isso significasse deixar algo por fazer e muita coisa ficou por fazer... Fiz promessas que não cumpri. Tive momentos duríssimos. Senti raiva e deixei que ela saísse. Senti tristeza, medo, solidão, mágoa, abandono... A diferença é que não tentei fazer de conta que nada estava acontecendo. Quando a tristeza veio, abri o peito e deixei que ela me invadisse. Chorei sozinha. Chorei acompanhada. Chorei escondida e também na frente de um monte de gente. Afundei na autopiedade e me senti abjeta. Vivi intensamente cada segundo da minha amargura para vivê-la toda de uma vez. Um dia acordei e percebi que ela tinha ido embora. A felicidade é um contraste em relação à tristeza. Sem nunca estar triste, como perceber que se está feliz?

Mas o que fiz de mais importante neste ano de 2008 foi deixar a generosidade entrar na minha vida. Generosidade comigo mesma. Percebi, abismada, que durante a maior parte dos anos que vivi anteriormente, o que mais disse a mim mesma foi uma infinita sucessão de nãos. Não posso, não consigo, não mereço, não tenho o direito, não faz sentido, não é justo, não é certo... Não, não, não... Sufoquei a mim mesma e a meus desejos sob toneladas de nãos até que uma duplinha formada de preposição e pronome interrogativo veio se juntar a esse advérbio. Um simples por quê? Por que não? Foi então que um Sim ainda muito tímido, atrofiado e pálido por conta dos anos enfurnado num quartinho escuro começou a dar o ar de sua graça na minha vida.

2008 foi o ano em que o Sim! entrou no meu vocabulário. E foram vários deles que disse a mim mesma nesses meses que passaram. O maior deles há poucas semanas...



Que venha 2009! Quero preencher os seus dias com muitas outras experiências para fazer com que o próximo Natal, assim como o próximo aniversário da Ana Luíza, demore uma eternidade para chegar. Quero ter muito tempo para andar de braços dados com esse Sim que acabei de conhecer.

Não faço mais promessas de ano novo. Agora só estabeleço desejos de ano novo. As promessas sou eu quem tem de cumprir. Os desejos pertencem em parte ao destino... Então, um 2009 repleto de novas experiências e com a presença do Sim a cada dia é o que eu desejo para todos nós!

Até o ano que vem!

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Se correr ainda dá tempo de fazer o vestibular!

Descobri uma coisa maravilhosa! Se eu fosse uma boa vendedora ganharia dinheiro com isso, mas, como sou incapaz de vender qualquer coisa que seja, lá vai a idéia de graça mesmo: se você quiser reduzir a quantidade de mensagens que recebe, faça um curso de Letras! De preferência, passe a assinar como Fulano de Tal, Professor de português. Sua caixa postal vai minguar em poucos meses, vai por mim!

Eu já tinha desconfiado disso, mas semana passada tive a confirmação definitiva! Recebi um e-mail do meu querido primo, amigo, padrinho de casamento e recém-contratado advogado, Paulo Horácio, com o seguinte P.S.: pela correria, vai sem correção o e-mail... hahahah

E essa não foi a primeira vez que recebi esse tipo de ressalva, seja por escrito, seja pessoalmente! Claro que isso não acontece com todo mundo, mas duas situações são freqüentes quando meu interlocutor sabe que sou da área de Letras: ou evita escrever, ou então escreve frases rocambolescas, com um vocabulário que eu mesma tenho de sair catando no dicionário. Acho que pensam que eu vou devolver as mensagens cheias de correções de ortografia e gramática ou que vou desprezar o texto se em vez de tertúlias débeis para dormitar vacum o meu correspondente escrever conversa mole pra boi dormir! Será que com os psicólogos acontece a mesma coisa, ou seja, será que tem gente por aí que evita conversar com eles, nem que seja em mesa de boteco, de pavor de pensar que será analisado?

Quando contei para uma amiga da França que ia começar a dar aula de francês, lá veio o retorno: agora não vou mais poder te escrever. Não! Por favor, não me abandone!!! Eu não corrijo e-mails nem com caneta vermelha (trauma abominável de infância), nem a lápis (conforme mandam as modernas teorias pedagógicas anti-trauma, idéia de algum psicólogo, talvez.)

O fato é que estou começando a viver na pele a história que ouvi de uma professora de português, colega numa escola em que eu lecionava ainda na época da informática. Ela contou que um dia recebeu um cartão de Natal de um amigo no qual estava escrito: Feliz Natal! E nada mais. Bem embaixo, em letras miúdas, quase tímidas, um P.S.: Desculpe os erros de português.

Ela contou essa história meio pesarosa, amargando o abandono epistolar que estava vivendo porque os amigos simplesmente não lhe escreviam mais. Nem um bilhetinho sequer. Tudo por medo da cometer uma gafe. Aquele amigo tinha sido um dos raros corajosos a vencer o medo de ter seu texto lido, corrigido e analisado por uma professora de português. Entre um suspiro e outro ela acrescentou:

- E o pior é que ele estava indo super bem! Mas errou no P.S. Desculpar é verbo transitivo direto e indireto, portanto, deveria ser desculpe-ME pelos erros de português, afinal, quem deveria ser desculpado era ele e não os erros...

Eu não sou assim não, tá? Pode me escrever mensagens que eu não fico procurando erros e não dou a mínima para eles quando aparecem! Comigo ninguém corre o risco de ir parar numa daquelas listas tipo pérolas do ENEM! Além do mais, minha formação é em Letras Francês e não Português. Não tive uma única aula sequer de gramática nos oito anos que fiquei na faculdade, fique sossegado! Me escreva, me escreva! Olha aí! Até eu cometo erros quando uso essa próclise de pronome átono em início de frase, verdadeiro assassinato à gramática. Se Napoleão Mendes de Almeida ainda fosse vivo, teria acabado de bater as botas!

Deve ter ainda vestibular para curso de Letras rolando por aí. A partir do momento que começar o curso passe a assinar Fulano de Tal, estudante de Letras. Com o tempo que vai sobrar por conta das mensagens que não vai mais receber, você pode visitar este blog e me escrever um pouquinho! Sem medo de ser feliz!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Foi ontem, mas tudo bem...

Ontem este blog completou um aninho de vida... Não sou de ficar me ligando a datas, como já tive a oportunidade de dizer, mas queria fazer uns agradecimentos especiais, ainda que com um dia de atraso. Como boa libriana que sou, vou listar agradecidos em ordem alfabética. Justa e imparcial! Com isso quero dizer que nenhum dos que aqui será citado é mais ou menos importante. Só teve a sorte ou o azar de ter a inicial no começo ou no fim do alfabeto.

Começo, então, por agradecer aos meus filhos, Ana Luíza e Felipe. Eles não lêem esse blog, nem imaginam que ele existe, nunca leram meus textos. Mas cada tempo que dedico a alguma coisa, é tempo tirado deles. Como me dedico a várias coisas, são vários também os tempos que surrupio dos dois o que, obviamente, me enche de culpa. Quando me ausento por conta de trabalho, tudo bem, aplaco um pouco minhas crises de consciência. Mas escrever por aqui é ato de puro prazer, então, lá vêm as chibatadas morais que me aplico todos os dias. Agradeço, portanto, à compreensão dos dois, ao fato de eles continuarem a gostar de mim, apesar das minhas ausências que nos últimos meses chegaram a níveis insuportáveis.

Aos meus bleitores, ou seja, todas essas pessoas conhecidas e anônimas que passam por aqui uma vez, algumas vezes ou muitas vezes. Aos que deixam comentários sempre, aos que comentam apenas uma vez, aos que me mandam mensagens, aos que me escrevem no Orkut, aos que falam pessoalmente comigo e aos que não dizem nada, apenas chegam de mansinho e aceitam conhecer um pouco de mim. Desde abril tenho um contador de acessos que me mostra uma série de coisas interessantes. Entre elas, a média de acessos diários. Comecei com 11 acessos e hoje estou em 20. É um crescimento inesperado para mim e me anima a continuar. Tenho bleitores internacionais, vejam só! Alemanha, Austrália, Suíça, França (sei quem são todos vocês!)... E todos os meus bleitores brasileiros, de norte a sul do país, alguns que me surpreendem imensamente quando descubro que me acompanham. Tudo isso me impressiona, de verdade!

Ao escritor, poeta, cronista, professor e ser humano singular Fabrício Carpinejar. Uma série de acasos fez com que nos encontrássemos pessoalmente por algumas horas em Curitiba em novembro do ano passado. O que conversamos naquele dia me encheu de coragem e, por causa daquela conversa, comecei este blog. Deu no que deu. Um aninho, com direito a textos publicados em livros e grandes planos para o futuro. Fabrício, acho que você nem imagina que teve participação tão grande nesse processo! Espero que um dia possa ter também participação nos lucros! :-)

À minha amiga Giuseppina Loffredo. Ela tem um blog também, mas prefere ficar incógnita. Há anos (em torno de cinco para ser um pouco menos inexata) me mandou um e-mail dizendo: Decidi contar a história da minha vida e quem vai escrever o livro é você! Ela não foi a primeira a mencionar que eu devia escrever, mas foi a mais insistente. É minha parceira nas artes dos retalhos e também na das letras. Mais do que isso, é parceira na vida, de uma forma que me desconcerta, às vezes.

Mariane Corbetta é outra amiga, também blogueira, também incógnita. Mas tinha de ser mencionada aqui. É minha comentadora mais assídua! Mas principalmente, veio dela o incentivo para participar da primeira seleção, que gerou minha primeira publicação, e tudo o mais que veio depois! Nossos caminhos, certamente, não se cruzaram por acaso, Marie. Embora a forma como tenhamos nos conhecido tenha sido exatamente assim: um gigantesco acaso!

Last but not least, em absoluto, a Vidal, meu marido, companheiro, parceiro, cúmplice. Presença constante e firme. Sinaliza sempre o norte, mesmo quando me perco e depois me acho, vagando em tantas direções. Atravessou esses anos comigo e esteve sempre ao meu lado, assim como eu estive ao lado dele. Não sei como nos classificar. Já fomos idênticos e também totalmente opostos. Daqui por diante, não imagino como seremos. O que sei é que hoje resta pouco da mulher com quem ele se casou há quase quinze anos e mesmo com toda a ebulição, transformação e estremecimento pelos quais passei, e continuo a passar, ele, ainda assim, quer estar ao meu lado. Sou uma mulher de sorte!

Que venha um novo ano. Que ele seja tão cheio de surpresas como foi este. Que eu continue a ter idéias, mas principalmente, que eu continue a encontrar tempo pra escrever por aqui. Isso economiza muito em terapia!

Vou assoprar velinhas, comer brigadeiros e recolher mais palavras soltas por aí!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ninguém é perfeito. Ninguém MESMO!

Inauguro uma nova série neste blog: a dos pensamentos vapt-vupt! Aquelas idéias que me passam pela cabeça e que são personal trainer dos meus neurônios. Botam os bichinhos em movimento e não deixam que meu cérebro se acomode. São reflexões filosóficas, transcendentais, metafísicas, na grande maioria das vezes, inúteis. Mas o que seria da vida sem as coisas inúteis que pensamos? Que coisa mais horrível um tempo preenchido somente de utilidades! Sem nossos devaneios absolutamente dispensáveis talvez fôssemos todos Dom Casmurros, aproveitando o bonde da minissérie que começou ontem.

Portanto, aqui vai meu primeiro pensamento vapt-vupt: A jaqueira é, certamente, um erro de projeto de Deus!


Essas frutinhas aí da foto são jaquinhas bebês que eu fotografei de longe, em absoluta segurança, felizmente. Dizem que os frutos podem chegar a pesar 30Kg, embora no Brasil tenham sido registrados somente frutos de apenas 10Kg. Que sorte de quem estava fazendo uma siesta embaixo dessa jaqueira, não? Com certeza 10Kg de jaca na cabeça são bem menos predudiciais do que 30! Sem falar naquela casca cheia de pontinhas. Sei não, mas acho que Deus também sofre de TPM! É a única explicação que eu encontro pra essa piadinha botânica de mau gosto. Já pensaram se Sir Isaac Newton, em vez de descansar sua beleza sob uma macieira, estivesse sob uma jaqueira?! Não saberíamos nada sobre a lei da gravidade e, hoje, não existiria lipoaspiração, lifting, nem Botox! Hummmm... Estou começando a lamentar o fato de não existirem jaqueiras na Inglaterra...

É óbvio que uma jaca jamais poderia nascer pendurada em árvore! Ela é a prima-irmã-baranga da melancia. Tinha de nascer rasteirinha pelo chão e se dar por feliz se alguém quisesse provar seu conteúdo gosmento. Eca! Eu sei que tem gente que gosta. Eu mesma tenho uma super-mega-blaster-amiga que adora. Decididamente, ninguém é perfeito. Nem mesmo Deus!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

:-D

:-D
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Tudo o que eu queria era poder ver um jogo Atlético-PR x Corinthians no ano que vem!!!

E saiu melhor do que o esperado: ficar na primeira e ainda participar da Sulamericana? Só espero que meu amigo torcedor do Internacional retribua a gentileza deste ano!

Fim de semana em São Paulo: lançamento de livro, muita risada com as amigas, dar abraço real em amiga que até anteontem era só virtual, passeio pela 25 de Março, almoço no Mercado Municipal e mergulho na Livraria Cultura (não tenho mais cartão de crédito: agora tenho cartão de DEScrédito!)... Coroando tudo: um lindo dia de sol!

Para estar tudo perfeito só faltava eu não ter uma pilha de provas para corrigir, ainda algumas aulas para dar e um último e torturante trabalho da faculdade para fazer! Tudo bem! O mundo não é perfeito, mas é um lugar onde a gente é feliz muitas vezes!!!

:-D

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Subo pra cima, claro!

Há algumas semanas fui acusada, vejam bem a gravidade do termo, acusada de ser uma torcedora passional! O mais impressionante é que meus detratores são torcedores e também profissionais das palavras, o que só causou espanto maior. Ora, torcedor passional entra na categoria gramatical do pleonasmo, ou seja, uma redundância, a repetição desnecessária de uma idéia. O mesmo que entrar pra dentro, sair pra fora, subir pra cima, assim é torcer passionalmente. O torcedor que não é passional, simplesmente não é torcedor. Pode ser classificado como simpatizante, fazedor de tipo, aquele que quer se sentir parte da tchurma, qualquer coisa dessas, mas torcedor de verdade, não é!

Compunha a mesa nesse dia um torcedor do Coritiba, um do Internacional, um neutro e esta que vos escreve, pobre Atleticana sofredora. Eu não tinha nem sentado à mesa, estava ainda na fase do Oi, tudo bem? e, ao me declarar Atleticana, comecei a ser atacada pelos outros dois torcedores. Um por motivos óbvios o outro por motivos que eu ignoro (ele até tentou justificar, mas não me convenceu...).

Basicamente, eles diziam que nós, Atleticanos, defendemos o time com unhas e dentes. E aí eu digo: é CLARO que fazemos isso! Somos torcedores com sangue nas veias, unhas nas pontas dos dedos e lágrimas nos olhos, ora bolas! Essa coisa de análises imparciais sobre o desempenho do time, a atuação do técnico ou a administração do dirigente é para quem não torce de verdade! Torcedor é como mãe italiana ou judia: o filho sempre tem razão! Depois, em casa, a gente se acerta, dá uns sopapos, bota de castigo. Mas fora de casa é defesa armada da cabeça aos pés, é evidente!

Eram dois marmanjos contra mim (acho que o torcedor neutro só interferiria para desviar pratos, ou pior, facas, que começassem a voar pelo restaurante) então, para tentar amenizar o clima, o assunto mudou para Seleção Brasileira. Piorou! Apesar de brasileira, em relação a esse grupo de pessoas não sou mais torcedora. Joguei a toalha, saí de campo, debandei geral. Não chego a torcer pela Argentina, é claro, mas o que acontece com a Seleção Brasileira para mim é absolutamente indiferente! Não sou mais torcedora porque acho que ali não tem mais jogadores. Tem pessoas que correm displicentemente atrás de uma bola, buscando a câmera mais próxima pra fazer uma firula qualquer e conseguir a atenção de algum time europeu, outro contrato milionário ou uma namorada do tipo manequim-modelo-e-atriz.

Faz duas copas que simplesmente ignoro o que acontece com esse ajuntamento de homens preocupados com tudo, menos com a camisa que vestem. Uma pena porque algumas das melhores lembranças que tenho de infância e adolescência estão ligadas aos períodos de copa do mundo. Mas as decepções foram tantas que admito que desisti da Seleção Brasileira de futebol. Não sou mulher de ser abandonada e de ficar chorando pelos cantos. Não sou rancorosa ao extremo, choro um pouquinho, faço umas manhas, até tento a reconciliação uma ou duas vezes, no máximo, mas depois deixo para lá quem me despreza e vou buscar outra paixão. Eu sou mais eu! Há alguns anos me senti abandonada pela Seleção Brasileira e pronto! Por isso fiz o comentário que gerou uma chuva ainda maior de ataques de meus companheiros de garfo daquele momento:

- Para mim, a Seleção tinha de ficar fora de uma Copa do Mundo. Só assim, quem sabe, eles voltariam a ser um time de verdade.

- Ah não! Péra lá! Isso não! Imagine, a Seleção fora da Copa é uma catástrofe!!!

- Exatamente! Foi isso que eu disse: a queda das torres gêmeas, a Seleção fora da Copa... As catástrofes mudam o mundo e só uma catástrofe dessas proporções é que poderia mudar alguma coisa!

- Olha só como são os Atleticanos! O time deles está mal, então eles querem que aconteça alguma coisa ainda pior pra desviar a atenção!

Pronto! Voltamos aos ataques pessoais...

Muito pacientemente vou explicar hoje o que não consegui no outro dia porque meus colegas comensais simplesmente não permitiam que eu emitisse minhas opiniões, tamanha era a indignação deles.

É claro, óbvio e ululante que um torcedor vai tentar justificar a má atuação de seu time por fatores externos! A culpa é sempre do juiz, do bandeirinha, da CBF, do governo, da bolsa de valores, do gramado, da posição do vento, da inclinação do Sol, de São Pedro, dos anjos celestiais ou até mesmo de Deus e jamais do nosso time! E se não der para botar a culpa em nenhum desses, então vamos desejar uma hecatombezinha qualquer pra desviar a atenção, lógico! O kit básico do torcedor inclui a paixão, a cegueira, a falta de raciocínio, o desespero, além de uma coleção invejável de palavrões. Torcedor que é torcedor só reconhece que o time está uma droga quando está entre seus pares, chorando baldes de lágrimas e afogando as mágoas em latas e mais latas de cerveja, ou em um prato de brigadeiros, como no meu caso. Diante dos outros, nem pensar!

Meu último domingo foi, mais do que literalmente, AFLITO! Por causa dele, passarei uma semana angustiada e só sossegarei no fim do próximo domingo. Estarei longe de qualquer televisão ou radinho de pilha, porque meu coração não aguenta! Na final do campeonato brasileiro de 2001 fui passear num shopping. Eu sou assim, passional. Torcedora de sangue rubro. E, nesse momento, infelizmente, pensamentos negros...

A semana será longa. Mas rezarei novenas, acenderei velas, invocarei espíritos, entoarei mantras, dançarei coreografias tribais. Se nada disso funcionar, costurarei caprichosamente um conjunto de vodus nos quais espetarei todos os alfinetes e agulhas que encontrar pela casa. Tudo para que a expressão descer pra baixo não esteja no meu vocabulário da semana que vem!

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