sexta-feira, 31 de julho de 2009

Deu a louca no zoológico!

Estou tentando com todas as minhas forças! Meditação, mantras, respiração profunda... Mas está cada vez mais difícil não entrar na histeria neurótica e coletiva dessa nova-velha gripe.

Já pensei de tudo!

Comecei por observar que há um único medicamento, criado por um único laboratório, cujos donos devem estar rindo à toa sobre as lágrimas dos que perderam alguém da família. Os fabricantes de máscaras e álcool também devem andar contentinhos. Logo, logo aqueles que vencerem a corrida frenética pela fabricação da vacina estarão vivendo de rir também. Morrendo, por enquanto, só a população mesmo.

Estranho é que há doenças bem mais antigas no mundo que dizimam uma quantidade de pessoas bem maior, porém, para elas não existem contadores de vítimas em tempo real nos jornais e sites afora. Mesmo porque tais contadores girariam numa velocidade incrível! O fato de essas doenças matarem um monte de pessoas nos países que não tem dinheiro para comprar remédio para todos ou fazer vacinação em massa deve ser só uma coincidência. Ou não?

Ontem, conversando com minha diarista, ouvi uma sábia observação da parte dela: primeiro foi a vaca louca, depois a gripe aviária e agora a gripe suína! Eu me pergunto: o que virá em seguida? A diarréia do peixe? Confesso que também me passou pela cabeça a idéia de que são os vegetarianos que estão por trás de tudo isso! Covardia!

O fato é que ninguém, muito menos eu, quer pagar pra ver se é ou não exagero dos arautos do apocalipse. Esse povinho nunca perde a oportunidade de gritar em alto e bom som todas as desgraças possíveis, imagináveis e também inimagináveis. Tem gente que sente prazer em anunciar, prever e, depois, ver confirmadas suas suposições de fim de mundo. Esses estão com os olhos arregalados por fora, mas certamente gargalhando por dentro nesse momento. Tem (mau) gosto pra tudo...

Como eu disse no início, estou tentando me manter imune aos exageros. Aliás, imune é exatamente a palavra a ser empregada. Não dá pra se instalar confortavelmente dentro de uma bolha asseptizada até essa loucura passar. Então, estou investindo aqui em casa no que há de mais eficaz contra um vírus: a imunidade de cada um. Uma pesquisinha rápida no Google me contou que os alimentos que ajudam a aumentar a imunidade são: iogurte, shitake, alho, cenoura e tudo o que contém zinco (carnes vermelhas, peixes, sementes, grãos, castanhas...). Corpos saudáveis tem as defesas necessárias e mais do que suficientes para enfrentar invasores.

A saúde entra pela boca. A doença procura outros buracos, tipo os ouvidos que escutam aqueles que se comprazem em aterrorizar, ou os olhos que leem aqueles que querem aumentar os lucros astronomicamente e de qualquer jeito. Esses buracos eu tenho mantido protegidos. Para os vírus estou preparando minhas armas no fogão.

E vamos ver quem vencerá essa parada!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Quando poucas palavras valem por milhões de idéias

Eu escrevo demais. Também falo demais. São fatos inegáveis. Escrevo demais nos posts deste blog, assim como meus e-mails são kilométricos, meus SMS são quase literários e, às vezes, comentários em outros blogs podem ser lidos em capítulos. Até secretária eletrônica já desligou na minha cara deixado bem claro que eu falo demais. Sou assim, o que fazer?

Mas sou também uma criatura que tenta evoluir e descobri, há algum tempo, que tem gente que consegue escrever minicontos. Histórias que não passam de 600 caracteres. Desde que soube disso, passei a colocar como objetivo de vida a ideia de escrever histórias inteiras em não mais do que 600 caracteres. Parecia impossível! Até que um dia experimentei e... consegui! De vez em quando lançarei por aqui esses minicontos, verdadeiros exercícios dolorosos de concisão!

Não vou abandonar meu exagero de letrinhas jamais! Deixaria de ser eu mesma. Mas é bom poder transitar por vários estilos...

Estava absolutamente feliz com minha vitória particular, quando descobri recentemente que há autores de microcontos! Isso quer dizer histórias inteiras contadas em apenas 140 caracteres!!!

Eu que achava que tinha atingido o máximo da economia me descobri ainda há centenas de caracteres de distância do meu Nirvana pessoal. Sofro de excesso de caracteres da mesma forma que, nesse exato momento, sofro de excesso de peso por conta do excesso de calorias que andei ingerindo! Céus!

Pelo menos meus minicontos chegaram, não sei ainda se para ficar, mas chegaram.

Aí vai o primeiro deles:
O elevador abriu suas portas. Eles se encararam e entraram. Ela recordou os momentos da noite anterior e sorriu levemente. A luz vermelha do painel luminoso mostrou... 1. Ele imaginou o jantar de logo mais e sentiu um frio na barriga... 2... Os olhos dela eram profundamente azuis... 3... Os dele, desconcertantemente negros... 4... Ele suspirou profundamente... 5... A porta do elevador se abriu e mostrou o felpudo tapete vermelho do corredor do hotel. Ele saiu sem olhar para trás. Dentro do elevador, ela ainda sorria levemente...

domingo, 19 de julho de 2009

O curioso caso de Michael Button

Sei que já falei sobre isso. Mas, eu que achei que os comentários sobre o Michael Jackson logo seriam substituídos por outro assunto do momento, me enganei! O mundo anda desprovido de novidades...

O que estou vendo é que, definitivamente, decidiram transformar em lenda vida e morte do astro do pop e estão conseguindo. A família e, principalmente, os credores devem ter uma acessoria de marketing especializada, cujo único objetivo é o de imaginar golpes de mídia capazes de aumentar ainda mais astronomicamente as vendas de tudo o que se refere a ele. Fazem isso pra saldar as dívidas que ficaram ou para enriquecer ainda mais? Nem o futuro dirá. Transformarão isso também em lenda. Então vale tudo: desde vídeos e músicas inéditas até cérebros retirados, corpos desaparecidos e não enterrados, caixões de bronze... Lamentável esse circo todo. Circo promovido pelos que continuam vivos, claro. Bem vivos, diga-se de passagem.

Quanto ao Michael Jackson, onde quer que esteja, que não consiga tomar conhecimento do que se passa por aqui. Que possa descansar pelo menos na morte, já que em vida...

Como o assunto não sai das manchetes, não pude deixar de continuar a pensar nisso. E quando eu penso idéias estranhas podem me ocorrer. A última delas é que o Michael Jackson talvez tenha sido a encarnação real do personagem imaginado por F. Scott Fitzgerald que inspirou o conto, recentemente transformado em filme, chamado O curioso caso de Benjamin Button. Nessa intrigante história o protagonista, na versão cinematográfica interpretado pelo Brad Pitt, nasce velho e morre bebê. Não foi o que aconteceu com Michael Jackson? Parecia um adulto responsável aos oito anos de idade. Ali pelo meio da sua curta existência atingiu a maturidade com a gravação de Thriller. A partir de então foi se infantilizando lenta e progressivamente até chegar ao fim da vida brincando de escorregador e pistola d'água num imenso parque de diversões. Seu maior sucesso, Thriller, coincide com seu auge físico, moral, artístico e, ironicamente, parece prenunciar o horror em que sua vida se transformaria dali por diante com todas as doenças, acusações, processos, dívidas e por aí vai. A diferença entre o Button personagem de ficção e o Button da vida real é que o primeiro viveu mais tempo e foi mais feliz, apesar de tudo.

Como mostram esses casos imaginário e real, engana-se redondamente quem pensa que seria muito melhor ir rejuvenescendo à medida em que o tempo passa. O Criador sabe das coisas! Nascer novinho e morrer velhinho, eis a sabedoria da vida. Minhas reflexões poderiam provocar a ira de cirurgiões plásticos e centros de estética, mas felizmente esse humilde blog não tem alcance pra tanto, então tenho a certeza de que envelhecerei tranquilamente no meu cantinho, feliz da vida. E da morte.

Eu disse que quando penso demais, coisa boa não sai, não disse? Acho que estou precisando de férias...

Na verdade, boa notícia: ESTOU de férias! Neste exato momento estou longe de casa, dos filhos, das bagunças. Friozinho do lado de fora e aquecimento do lado de dentro (gripe suína rondando, mas tudo bem). Relógio sem pilha e nenhum compromisso à vista. Perto da internet e morrendo de vontade de atualizar freneticamente esse blog! Será que conseguirei? Aguardem os próximos dias. Não postarei mais sandices como a de hoje, prometo!