domingo, 4 de janeiro de 2009

Ohmmmmmmm...

Nem bem o ano começou, ou talvez por causa disso, meus neurônios já estão em polvorosa e um novo pensamento daqueles nada a ver tomou de assalto minha cabeça: os homens das cavernas não eram budistas!

Para começar, Buda ainda não tinha existido e, por motivos óbvios, não dá pra ser budista antes de Buda. Mas, mesmo que uma encarnação muito ancestral do mestre tivesse pintado bisões em cavernas, arrastado mulheres pelos cabelos ou dado um rolé de tacape na mão por aí, ainda assim, não dava pra ser budista na época das cavernas! Pelo menos, não na Idade da Pedra. Foi necessário chegar à Idade dos Metais, no mínimo, a fim de que inventassem o instrumento indispensável para manter a calma e a atitude zen dos budistas: o cortador de unhas!

Sem esse grande invento da humanidade, o jeito de acabar com as unhas compridas tinha de passar por atos extremos, totalmente contrários à filosofia faça amor, não faça guerra: arranhar as paredes das cavernas ou a cara do marido, tamborilar a mesa, no caso das mãos, chutar pedras, no caso dos pés, ou ainda, símbolo máximo da ansiedade, fazer justiça com os próprios dentes, ou seja, roer. O que me faz pensar que o povo das cavernas devia ser contorcionista para conseguir alcançar o dedão do pé. Credo!

Viu? Sem chance de imaginar um Neanderthal em posição de lótus entoando mantras e fazendo meditação, a não ser que ele fosse uma encarnação ancestral do Zé do Caixão!

Eu sei que tem gente que vai dizer que eles não tinham cortador de unhas, assim como não tinham pás, facões, nem talheres. Isso significa que cavavam a terra com os próprios dedos para plantar, pegavam o touro à unha e depois comiam tudo com as mãos. Será que lavavam antes? Que nojo!

Tudo bem, essas atividades todas deviam fazer quebrar as unhas deles sem parar, o que me faz concluir que as mulheres Uga-Uga viviam uma TPM constante: tem coisa mais irritante do que unha quebrada? Por outro lado, não tinham de lavar louça... Acho que isso vai exigir que eu reveja meus conceitos...

O fato é que os adultos tinham atividades que mantinham as garras sob controle. Mas, e as crianças? Essas criaturinhas já saem da barriga com unhas nas pontas dos dedos. Com aqueles movimentos estabanados de braços e pernas, não tem como escapar de uma arranhada de bebê! Coisinha deveras enervante também, diga-se de passagem. Não imagino que as mamães-Pedrita ficassem roendo as unhas das mãos e dos pés de toda a prole. Não existia pílula! Até roer vinte unhas de cada filho a mãe ficava num estado de irritação tal, que comia os dedos dos pimpolhos para acabar de vez com aquela função.

Está provado! Os viventes da época das cavernas eram todos uns estressados, histéricos e mal-humorados. Como maracujá é fruta tropical e tinha projeto de homem civilizado na terra inteira, foi só porque ninguém aguentava mais aquela ansiedade toda num mundo sem ansiolíticos que a humanidade evoluiu para a Idade do Metal. Apenas para poder inventar o cortador de unhas!

Concordo... Uma semana de férias foi pouco. Ainda estou sob os efeitos devastadores do excesso de trabalho do ano passado e, já que hoje existe cortador de unhas e não posso usar as técnicas das cavernas impunemente, extravaso meu stress escrevendo essas bobagens... É a única explicação para reflexões doidas como essas.

Acho que voltarei para a beira da praia esperando a passagem daquele vendedor de água de coco que, apesar do corpo cabeludo me lembrar os Flintstones, tem a ajuda de um facão para abrir o fruto cuja água beberei de canudinho.

Como é maravilhosa a evolução!

P.S.: hoje, primeiro de janeiro de 2009, escrevi um texto sem usar uma vez sequer a palavra ideia, cuja nova grafia ainda repilo, embora seja a única das novatas que conheça de cor. Se tiver erros das recém[-]chegadas (com hífen ou não?) regras de ortografia, é culpa do meu editor de textos que ainda não aprendeu as novas.

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3 comentários:

  1. É, voltar de férias e ainda com nova ortografia, é realmente estressante.
    Ju, tô inclusive achando que todo teu texto tem um sentido inverso oculto.
    Você queria estar na época das cavernas, isso sim.
    ... (pensei uma coisinha agora que acho melhor não escrever, para não despertar uma polêmica outra, com nada a ver com teu post. Querendo, me pergunta depois. Hihi.)
    Tenho que discordar um pouco com toda a tua reflexão. Não quando dizes que o homem das cavernas não eram budistas. Também acho que não. Mas, muitos budistas sim, eram das cavernas, ou iam para as cavernas e meditavam sim, com unhas enormes. Tenho "provas disso": assista um filme chamado Sansara. É um anti stress de certa forma, ou causador de, dependendo do ponto de vista. Mas mostra isso literalmente. Agora, quanto a evolução, não discuto. A sequência do filme(ainda tem o chapeuzinho ou esse também viajou na maioneze da nova ortografia - ai meu Deus, eu ainda nem dei uma olhada nesta história... caíram todos os assentos??? Isso sim é motivo para stress. Principalmente depois de uma certa idade. A lei da gravidade é inexorável.) A sequencia do filme tem uma cena muito ilustrativa da evolução do homem.... É lindo. E motivo para eu querer continuadamente comprar um sari de verdade.
    Muito divertido o teu texto. Beijinhos minha querida.
    Marie

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  2. Concordo com o seu texto. Sorte que apesar de também ter passado por um ano de muito trabalho ano passado, estarei em umas férias plenas de filmes e livros no decorrer de todo este mês de janeiro. E digo mais: cheguei aqui por conta do seu comentário no blog do Carpinejar, o qual achei ótimo tendo em vista as besteiras que estavam falando por lá. Também tenho escrito certas coisinhas na rede desde novembro. Se quiser dar uma olhada nessas coisinhas que ninguém olha, o endereço é http://insufilme.blogspot.com/. No mais, continue com esse humor que as coisas vão longe. Quanto a mim, apesar de tentar ser bem humorado, quase sempre em saio mais ácido que bem humorado, mas acho interessante essa coisa de achar as coisas leves. Um beijo pra ti e bom resto de semana. Eduardo.

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  3. Gostaria de te dar parabéns pela publicação no "Casa lembrada, casa perdida".
    Também entrei nessa edição.
    Ainda não li todo o livro, mas por enquanto o seu perfil foi o único que apresentou um blog.
    Como tenho blog também resolvi fazer uma visita virtual hehe.
    Abraços.

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