sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Apertem os cintos, porque o piloto...

Preciso comentar uma notícia que li esta semana. É a seguinte: sindicalistas do maior sindicato de pilotos de avião São Paulo protestaram publicamente queimando manuais de procedimentos em praça pública. Eles alegam que os tais manuais cerceiam a liberdade de atuação e a autonomia de cada piloto que, dentro da sua aeronave, quer ter a liberdade de conduzir seu trabalho da maneira que acredita ser a mais adequada.

Tais pilotos passaram por um curso superior de formação de pilotos, obviamente. Nesse curso eles tomaram contato com diversas teorias sobre a aviação, discutiram inúmeras abordagens sobre psicologia aplicada aos passageiros, além de terem estudado profundamente a história da aviação e a organização geral das empresas aéreas. Claro que tiveram disciplinas práticas, nas quais era esperado que recebessem instruções precisas e objetivas sobre como pilotar um avião, mas, com algumas exceções, mesmo nessas disciplinas os professores acharam mais interessante e proveitoso para os futuros pilotos discutir outras tantas teorias, principalmente as marxistas, porque todo mundo sabe que a burguesia e as elites tentam desde sempre dominar o povo oprimido e cabe aos pilotos fazer passar essa mensagem a seus passageiros, provocando com isso a tão desejada transformação do mundo.

Vocês não estavam sabendo disso? Não tinham visto essa notícia? Na verdade, eu também não tinha. Ela não foi destaque nacional e eu só acabei sabendo por puro acaso quando folheava uma revista de abril passado numa das intermináveis esperas em consultórios a que tenho sido submetida. Estou atrasada para comentar o fato, reconheço. Só que ele é tão relevante que não podia deixar passar.

Apesar de a revista ser do mês de abril, não era do dia primeiro, mas não resisti! Antes que meu singelo texto provoque novo caos aéreo (olha a pretensão!) vou confessar: é brincadeirinha!!! Os pilotos de avião jamais fizeram um protesto estapafúrdio desses, onde já se viu? Continuem sossegados. Todos podem entrar nos aviões tranqüilos de que os pilotos sabem exatamente como fazer para conduzir os aparelhos, conhecem perfeitamente o local de onde partem, têm certeza absoluta do destino aonde devem chegar e que os procedimentos a serem adotados no percurso estão claríssimos para todos. Inclusive, se um piloto tiver um mal súbito (o que pode acontecer com qualquer humano), outro piloto assumirá o comando e tudo estará lá: todos os procedimentos, as metas, etc. Antes de entrarem em uma cabine eles estudaram anos a fio e o fato de terem manuais de procedimentos não diminui em nada a capacidade intelectual deles, nem os impede de serem criativos para tomar decisões em momentos de crise nem, de maneira nenhuma, tira a autonomia desses profissionais. E, obviamente, mesmo que uma pessoa passe vinte anos ou mais da sua vida andando de avião todos os dias, ela não se sente capaz de pilotar um avião, nem mesmo um teco-teco, não é mesmo?

Respirem aliviados, meus caros bleitores, esse absurdo completo não acontece no cenário da nossa aviação. Ufa!

Mas ele acontece, exatamente assim, no cenário da nossa educação. A notícia que li realmente foi divulgada, mas não eram pilotos de avião os que protestavam queimando manuais de procedimentos, mas sim, professores do sindicato dos professores de São Paulo. Os argumentos do protesto eram exatamente os que descrevi no início: manuais de procedimentos para professores são absurdos, tiram a autonomia do professor, etc., etc., etc. Muitos podem estar pensando: Olha essa exagerada de novo! Um piloto de avião tem vidas nas mãos. O despreparo ou a falta de procedimentos claros pode causar uma catástrofe, matar pessoas, não tem comparação uma situação com a outra. Antes que aqueles que me acham exagerada me convençam de que estou realmente precisando de um ansiolítico, uma camisa-de-força ou ambos, farei algumas considerações e comparações que julgo interessantes. Depois, podem me mandar para o Pinel.

Um professor despreparado não corre o risco de eliminar vidas diretamente como os pilotos. Mas quem é que ensina os pilotos a pilotarem? Vamos um pouco mais adiante. Quem é que ensina os médicos a operarem, os engenheiros a projetarem, os advogados, futuros juízes, a julgarem? Quem é que forma as pessoas que, no futuro, serão vereadores, deputados, prefeitos, governadores e por aí vai? Surpresa! O professor! Portanto, o estrago de um professor despreparado não é imediato, mas existe e é tão silencioso e distante do fato gerador em si, que não há como imputar aos professores a culpa pelo despreparo de milhões de pessoas. E se formos retrocedendo na vida escolar, vamos ver que essa é uma culpa partilhada, pulverizada em anos e anos de sala de aula. A maior parte da nossa infância, adolescência e início de juventude passamos sob os cuidados desses profissionais que fazem o melhor que podem com os recursos que têm ou que, na maioria das vezes, não têm. Todos sabemos que temos uma escola cheia de deficiências e problemas, mas se hoje as coisas estão infinitamente melhores do que há alguns anos, não dá pra ignorar que temos ainda um caminho igualmente infinito pela frente!

Agora que já não ouço mais os protestos de quem me acha exagerada, começo a escutar os balbucios de quem diz: E quem é ela para sair criticando de maneira tão mal-humorada essa classe sofrida que trabalha demais e ganha de menos? Peço que esperem mais um minuto antes de atirarem pedras nessa Madalena aqui, que de arrependida não tem muito.

Sou professora. Há quinze anos. Comecei no ensino superior e, tirando a faixa etária que vai da primeira à sétima série do ensino fundamental, o resto já andou pelos meus livros de chamada. Da pré-escola, passando por alunos de oitava série, ensino médio, ensino superior, até a pós-graduação, mas também alunos de preparatório para concursos públicos, treinamento empresarial, treinamento profissionalizante, curso presencial ou à distância e, até mesmo, curso de artesanato, já tive todo tipo de aluno nas minhas de salas de aula.

Faço aqui um mea culpa e confesso que quando comecei nessa carreira não tinha tido formação alguma! Mas pertenço a uma família que é uma verdadeira dinastia de professoras e, além disso, dos meus vinte e quatro anos na época em que comecei, tinha passado pelo menos vinte e dois deles dentro de uma sala de aula, portanto, acreditava que sabia o que fazer! Se de médico e louco todo mundo tem um pouco, de professor, muitos acreditam que têm tudo. Mais ou menos como o viajante que, de tanto viajar e observar o piloto, pensa que pode pilotar o avião. Vocês acham que vai ser uma sorte danada se esse avião chegar inteiro ao destino? Pois é! Meus aviões, em melhor ou pior estado, chegaram ao destino. Mas o que aconteceu depois? Estremeço só de pensar que um dos meus alunos pode ter feito parte da equipe que desenvolveu algum sistema de controle de tráfego aéreo por aí e que, em parte por despreparo meu e de outros professores que teve na vida, acabou construindo um programa de computador que venha a falhar.

Por acreditar que precisava de formação para continuar a ser professora, fui estudar Educação. Fiz uma especialização em Didática, depois um mestrado no qual foram discutidas questões de ensino e aprendizagem, fiz um curso de formação de professores com duração de seis meses e agora estou terminando um curso de Licenciatura, ou seja, um curso que coloca, definitivamente, um carimbo na minha testa e no meu currículo: professora. Não sou uma sumidade no assunto, mas considero que vivi razoavelmente por dentro e por fora essa questão da educação para me achar no direito de, muito prepotentemente, dar minha opinião.

Como seres humanos, vivemos uma eterna caça às bruxas, procurando sempre os culpados pelo que acontece. Sou humana, portanto, aproveitando que hoje é 31 de outubro, dias das bruxas, vou colocar meus gravetinhos em algumas fogueiras.

Tem o culpado óbvio, ululante e evidente, o que sempre foi reconhecido como carrasco do ensino de qualidade, ou seja, o governo e seus investimentos pífios, salários irrisórios, infra-estrutura medíocre, e blá blá bla. Isso tudo é verdade e já foi discutido por quem tem muito mais autoridade no assunto do que eu. Vamos passar rapidamente ao próximo algoz da educação: o próprio professor! Como? Sim, infelizmente...

Sou paranaense e há alguns anos sei de uma iniciativa do governo do estado com o objetivo de propiciar formação aos professores. Ela acontece de diversas formas, seja como incentivo salarial para quem faz pós-graduação, seja na promoção de semanas de formação num local chamado Faxinal do Céu. Nunca fui à Faxinal, não sou professora do estado, mas vou contar o que já vi e ouvi por aí. Preparem-se para fortes emoções!

Tem professor que paga para que outras pessoas façam a monografia de conclusão de seus cursos de pós-graduação. Aliás, não paga somente a elaboração da monografia, mas também a dos outros trabalhos que deveria fazer durante o curso. Tem professor que se recusa terminantemente a ir para Faxinal participar dessas formações. Tem professor que vai, mas boicota. Fica no quarto dormindo, foge das atividades, ou até comparece, mas fica batendo papo. E ontem, conversando sobre esse assunto com uma amiga cuja mãe é professora da rede municipal de ensino, soube de algo que me deixou estarrecida. No intuito de promover inclusão social, alunos com alguns tipos de deficiência, como a auditiva por exemplo, não são mais enviados para escolas especiais, mas freqüentam escolas regulares. Portanto, os professores devem participar de um curso de formação em Libras, a língua dos deficientes auditivos. O instrutor de um desses cursos na cidade de Curitiba é deficiente auditivo e, embora fale, tem uma pronúncia diferente daquela de uma pessoa considerada normal. Lembro que aqueles que estão sentadinhos nos bancos são todos professores, mas o que alguns deles fazem é ridicularizar a forma de falar do instrutor ou insultá-lo quando ele está de costas e não está ouvindo o que seus diletos alunos dizem! Eu não sei nem que sentimento me invade quando ouço histórias como essas! Dentre os muitos grupos de alunos que tive nessa vida, houve alguns formados só de professores e também de futuros professores (alunas de um curso de Pedagogia). Posso afirmar que, especialmente esse grupo de alunas de Pedagogia, está nos primeiros lugares na minha lista particular dos piores grupos de alunos que já tive na vida!

Não! Não são todos assim, graças aos céus de Faxinal e do resto do universo. Novamente, vamos respirar aliviados. Mas se eu, que não tenho nada a ver com tudo isso, não estou dentro do ensino público, nem do município nem do estado, sei dessas aberrações, quantas mais não acontecem por aí? Tremo, agora mais fortemente, só de imaginar!

Portanto, mesmo quando o governo faz alguma coisa, ainda que não seja a melhor coisa, os próprios professores boicotam. Não participam, nem que seja para criticar e propor outra solução. Como criticar aquilo do que não se participa? E o que dizer das pessoas que queimam manuais de procedimentos em nome do cerceamento de liberdade? Era uma iniciativa do governo de São Paulo no intuito de padronizar o ensino, estabelecendo metas e objetivos, mas os professores se sentiram afrontados!

Quero deixar muito claro que defendo até meu último fio de voz o direito que os professores teriam de questionar o manual. Eles poderiam até mesmo se reunir para criar um manual, mas jamais poderiam se opor ao uso de um. E essa rebeldia vem de onde? Da Universidade!

Quando estamos na faculdade, em teoria aprendendo a ser professores, grande parte do que fazemos é isso mesmo: teoria! Teorizamos sobre tudo, estudamos os filósofos, os pedagogos. Conhecemos o percurso de Emília Ferreiro, lemos as conclusões a que chegou Maria Montessori, discutimos embevecidos as teorias de Piaget, Skinner, Pavlov, Carl Rogers, Vigotski e tantos outros. É uma base teórica de profundidade inquestionável. Tudo isso nos é passado, em alguns casos, sob o olhar constante Dele, o maior, o supremo, o poderoso, salve, salve: Marx! Só que o pobre do Marx, acorrentado e amordaçado, limita-se apenas a arregalar os olhos, provavelmente marejados de lágrimas, e observar o que se faz e diz em seu nome. Digo isso porque acredito que foram pouquíssimos aqueles efetivamente leram Marx, ainda que traduzido. E quando digo pouquíssimos imagino que esse número se aproxima perigosamente do zero. Todos falam de Marx e de suas teorias a partir de reinterpretações das interpretações dos comentários das resenhas que foram feitas. A partir de um resumo de sua obra.

Estou terminando uma licenciatura depois de um curso de formação, um mestrado e uma especialização em didática e, de verdade mesmo, com algumas honrosas e recentes exceções, raríssimos foram os professores que, em sala de aula, me explicaram COMO dar aula, quais são os procedimentos a executar de tal forma que eu levante vôo com minha classe daqui e chegue sã e salva lá onde é o meu destino, passando esse grupo de passageiros da vida às mãos de outro piloto-professor, o qual saberá os procedimentos a seguir e assim por diante. Aprendi teorias e agora tenho total liberdade para agir como quiser quando fechar a porta da minha sala de aula. Como fazer? Isso é problema meu, faz parte da minha autonomia, eu é que me vire! Se não fossem os poucos mestres nesses longos anos de formação que me deram alguns indícios de caminhos, estaria absolutamente sozinha, por minha própria conta e risco. Eu e meus alunos.

Atualmente sou professora de francês. Descobri, maravilhada, que no ensino de línguas estrangeiras são usados métodos e que tais métodos são acompanhados de guias pedagógicos. Esses guias, pasmem, são manuais de procedimentos que dizem exatamente o que fazer a cada passo e qual o objetivo de cada uma daquelas atividades. Não me sinto nem um pouco tolhida na minha autonomia, nem na minha criatividade e esta semana me emocionei quase às lágrimas por uma bobagem. Recebi os e-mails com o exercício proposto aos alunos que consistia em escrever um pequeno parágrafo sugerindo a um francês fictício um lugar em Curitiba, dizendo porque eles preferiam esse lugar e dando algumas indicações de onde ele fica. Há pouco mais de dez semanas esses meus alunos mal sabiam dizer bonjour e hoje escrevem pequenos textos e falam de seus gostos e preferências em francês! Mérito meu? Em parte, sim. Mas em grande parte é mérito do guia pedagógico que me orientou no espaço infinito de possibilidades no ensino de uma língua estrangeira e mostrou o caminho a percorrer. Eu sigo um manual e não sou menos autônoma, nem menos criativa, nem menos capaz por isso! Os anos de estudos, inclusive das teorias, são necessários. Só um manual não faz um professor, assim como, mesmo com um manual detalhadíssimo em mãos, vou continuar incapaz de fazer voar uma aeronave.

Governo, academia, professores... A solução para termos uma educação de qualidade e, como conseqüência, um país de qualidade, está em todos eles, mas está também na sociedade que mal toma conhecimento de protestos absurdos como o dos sindicalistas de São Paulo. Com esse tipo de atitude, tal sociedade deixa que ela mesma e seus filhos sejam conduzidos por pilotos que torcem o nariz para os manuais de procedimentos. Fico curiosa em imaginar qual seria a reação dessa mesma sociedade se minha história surreal do início fosse verdade, ou seja, se o protesto fosse mesmo dos pilotos de avião...

Claro que, mesmo da forma como as coisas estão, chegaremos a algum lugar. Mas tremo descontroladamente da cabeça aos pés ao imaginar aonde poderá ser!

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9 comentários:

  1. Eu costumo dizer que o Brasil, de verdade verdadeira mesmo só tem um problema: ignorância. Que todos os nossos males são causados por ela que nos impede de pensar direito, votar direito, respeitar o outro, enfim, quem se não fôssemos tão ignorantes já teríamos dominado o mundo (ou não, pq dominação é atitude de ignorante - vide Bush). E portanto os professores são o nosso exército para lutar contra esse mal. Se eles agem dessa forma, acho que realmente não há mais esperança...

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  2. Muito alem das Filosofias de Botequim hem Ju???
    Muito bem.
    Concordo com a Carolina. Será que não temos mais esperança????
    "A inguinoransa é que astravanca o pogréssio" como dizia um personagem cômico que já não lembro mais do nome ou de que programa.
    Não acho que seja um mal apenas do nosso país. Acho que esta história é tão velha como a Bíblia.
    Mas concordo com sua indignação.
    Aliás, a capacidade de se indignar, para mim, é um diferencias das pessoas que não somente teem cultura, respeito e educação, mas qualidades ainda mais Humanas e nescessárias nessa nossa era tão depauperada de valores fundamentais.
    Grande texto.
    Beijão
    Marie

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  3. "De médico e louco todo mundo tem um pouco”. Colocando essa frase no seu texto vc resumiu todas as parcela da sociedade. Os pilotos, as passageiros, os professores, os alunos, as merendeiras, os sindicalistas, os sindicalizados, a direita, a esquerda, os ricos, os pobres, os inteligentes, os meia-boca, os burrinhos, as pirocas, as perseguidas, os brancos, os negros, os índios, os novos, os velhos, os Long Dongs, os Ling Dings... Chega! Enfim, todos! Em todos os segmentos encontramos normais, ligeiramente loucos e completamente loucos. Excetuando-se ou loucos patogênicos, quando um louco encontra um normal, se torna menos louco e vice-versa. As pessoas com quem vamos nos relacionando ao longo da vida vão se moldando com essa interação. Um professor ruim pode ser anulado por um bom aluno e um excelente professor pode estar jogando pérolas aos porcos gastando seu verbo com um aluno tranqueira. E o tal aluno tranqueira, ainda assim, pode se tornar um bom cara no futuro dependendo de com quem interaja. Só é catastrófico quando ocorrem eclipses: pais ruins geram filhos ruins que tem uma formação ruim, com amigos ruins, ambientes ruins etc, tudo alinhado. Mas isso é exceção e não regra. A sociedade é constituída de tal forma que todos têm a oportunidade de se tornarem água ou vinho. E até temos nossa parcela de contribuição nesse processo contínuo. Creio que alguns Gran Tarapacá Reserva se condenam o tempo todo por alguns fracassos pontuais na sociedade. Afinal, quase sempre detemos o controle dessas variáveis que melhoram ou pioram a sociedade. Consciente ou Inconscientemente.
    Mas vamos redimir os bons vinhos desse peso: há uma variável pela qual não temos nenhum controle: a índole. Uma pessoa com uma boa índole poderá receber tudo de excelente na vida e continuará com índole ruim. E, quando grupos de pessoas com índole ruim se unem, até Deus fica embasbacado com o resultado, extremamente prejudicial à nossa sociedade.
    Quando temos formadores de opinião de índole duvidosa, temos atrás um punhado de seguidores propensos às formas mais bizarras de protestos e quebra de regras, que não raciocinam na profundidade e na razão sobre o que protestam e quais as conseqüências dos seus conceitos equivocados. Ainda que equivocados sobre nossa ótica!

    Juliana, imagine que todo choque causa uma reação. Infelizmente, vc encontrou o assunto dos procedimentos queimados esquecido em uma nota de uma revista velha de consultório. Talvez o choque venha com uma fogueira de procedimentos tão grande, mas tão grande que seja notícia no Fantástico. Ainda assim, corremos o risco de acharam errado quem está certo e certo quem está errado!!!

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  4. ERRATA. Perdido acima em algum lugar no meu comentário: "Uma pessoa com uma índole ruim poderá receber tudo de excelente na vida e continuará com uma índole ruim".
    Ju, definitivamente, vc não abandonou a informática. O blog é o resultado refinado de todas as nossas experiências de informática em estado cru da última década. Os escovadores de bits e os designers do PhotoShop 2 e do Corel 2, ao longo dos anos, misturaram em seus erlenmeyers os códigos e as imagens que fizeram o Windows, o Linux, o Mac OS, o Office, o site do Peludinho do meio, o Orkut e os blogs!
    E Peludinho do meio é o...
    :-)

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  5. "E, quando grupos de pessoas com índole ruim se unem, até Deus fica embasbacado com o resultado, extremamente prejudicial à nossa sociedade."

    Tipo professora que diz "xispa! sai daqui da frente da minha escola" para crianças mal vestidas, não uniformizadas que moram na região de uma certa escola estadual?

    Tipo a mesma professora que, há 9 anos atrás, entra na sala e aponta alunos, ridicularizando-os e acosando-os de drogados na frente dos alunos, em tom de ironia? (Detalhe: garanto que essa aluna e seus amigos, de drogados, eram apenas fumantes passivos).

    Tipo a mesma professora/diretora que convoca uma reunião, cercada de policiais que, segundo ela, são seus segunranças particulares (também quero um!) para criticar e ridicularizar alguns prestadores de serviços da região, já que estes não deram uma certa contribuição para ter o nome em uma lista de profissionais competentes?

    Tipo a professora/diretora que apóia as ações de seus policiais militares/guarda-costas pessoais, que abordam jovens na frente da escola, que passam simplesmente, humilhando-os e jogando suas bicicletas contra a parede? os mesmos policiais que justificam suas ações com o discurso de que "todos têm o direito de ir e vir, desde que você diga para onde e porquê vai e vem".

    Olha, depois disso tudo não duvido de mais nada mesmo... E o pior é que nós professores (sim, sim, sou professora) quando nos relacionamos, estudamos ou escutamos falar desse tipo de "profissional", ficamos ainda mais desacreditados com tudo e o desânimo se torna inevitável (depois da revolta, claro!)

    Concordo que os alunos e o Estado muitas vezes são os causadores do desânimo ou a impossibilidade dos professores trabalharem como gostariam, mostrando todas as suas capacidades criativas. Mas atitudes como as descritas acima só pioram esse círculo vicioso: Estado opressor + professores ignorantes + Estado indiferente + Sociedade alheia = futuros cidadãos revoltados, ignorantes, indiferentes e alheios.

    Graças a Deus, além das laranjas podres, conheço gente muito competente e motivada, apresentando resultados que me motivam a acreditar que dá pra fazer a diferença nesse meio, e que alguma coisa está funcionando.

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  6. Carol
    Tem esperança SIM! Não são todos os professores. Tá muiuto longe de serem todos... Mas temos de ficar vigilantes.
    Eu também acho que, com um povo educado (educação formal, instrução) um país consegue TUDO!

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  7. Marie
    Sou uma indignada constante! Só que faço muito pouco ainda. Ainda! Meu mapa astral disse que tenho de fazer mais. Vou tentar! Promessa de ano novo!

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  8. Rato
    Vc tem razão! Mas mesmo sabendo que tem de tudo por aí, que não conseguimos mudar muito as coisas, que grandes mudanças vêm depois de grandes abalos, ainda assim, preciso botar pra fora minha revolta... E são muitos anos convivendo com ela!
    Quanto aos professores bons e alunos ruins, rapaz, se eu tenho podres de professores pra contar, vc não imagina a ficha corrida de alunos que tenho armazenada aqui! Não é assunto nem pra blog! Dá romance em vários volumes!!!
    Mas sou persistente! Continuo professora. Cada vez mais!

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  9. Patrícia!
    Dá pra fazer a diferença, com certeza. VOCÊ está fazendo a diferença já... E a tal "professora", é de um tempo em que as coisas andavam de uma outra forma. Já deve estar, felizmente, aposentada ou quase!
    Obrigada pela visita (e pela ajuda hoje!!!)

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