sexta-feira, 6 de março de 2009

Um estilingue, por favor!

Anteontem, coisa rara, consegui assistir à televisão e revi um episódio daquela série Os Normais. Adorava esse programa! Reconheço que gosto bastante das coisas que a Fernanda Young escreve, ela que é uma das roteiristas. Já vê-la ao vivo... Não faz parte das minhas maiores diversões...

Só que sou obrigada a admitir, muito a contragosto, que identifico algumas semelhanças entre nós. Sei que ela tem um programa na TV chamado Irritando Fernanda Young ao qual assisti uma vez. Pois é, eu também tenho lá minhas ranzinzisses.

Anteontem, especialmente, me reconheci na cena inicial do episódio, quando a Vani acorda super mal-humorada por causa dos passarinhos que cantam na sua janela. A mesma cena foi repetida com a Fernanda Young no comercial que anunciava a nova temporada do seu programa. Confesso: passarinhos cantando na madrugada me irritam profundamente! Se, por acaso, eu acordo no meio da noite e ouço passarinhos sinto a lava de um vulcão prestes a explodir que se move pelas minhas entranhas!

Como é que esses bichos conseguem sobreviver e pior, com seus piados ao alcance dos meus ouvidos, se, quando abro minha janela, para todos os lados que olho só vejo edifícios? Eu não vou lá soltar baforadas de gás-carbônico na floresta deles. Por que é que eles se acham no direito de invadir minha selva de pedra e cantar alegremente às quatro da manhã? Apesar da escova progressiva, chapinha, prótese de silicone, plástica de correção do músculo da pálpebra, e cauterização de uma berruga na ponta do nariz (ninguém merece!) sou tão natural quando eles, portanto, essa terra me pertence também! Vamos respeitar os espaços, caramba!

O que mais me intriga é que, apesar de eu ser incapaz de reconhecer a marca dos passarinhos pelo seu canto, percebo que eles têm escala horária para soltar o gogó. Tem o canto das 3h30 da madrugada, o das 4h30 e o das 5h30. E, sapientíssimas aves, eles respeitam o horário de verão, adiantando e atrasando a cantoria de acordo com o horário oficial de Brasília! Isso significa que tenho sessões corridas de arrulhos que podem ser muito românticos num cenário de filme bucólico ou CD de meditação, só que esses dois eu posso desligar quando quiser, já os penosos, NÃO! Sou obrigada a ficar ali ouvido aquela coisinha que me lembra que a droga do despertador vai tocar, esse sim, bem dentro do meu ouvido e ao alcance das minhas mãos. E, embora eu até possa jogar o despertador na parede, coisa que não posso fazer com as avezinhas, sei que terei de obedecê-lo e sair da minha cama sem poder dar umas pedradas nesses bichos bicudos que estragaram mais uma preciosa noite de sono! E, ainda por cima, quem ficará bicuda sou eu!

Estou inaugurando mais uma seção por aqui, ou seja, a das coisas que me deixam de mau humor. A partir de hoje vocês conhecerão meu lado negro! Pelo menos, depois deste post, não corro o risco de ser convidada por algum amigo para passar uma temporada no campo. Aliás, campo? Natureza, mosquito, cocô de bicho e água fria? Nem pensar!

Só espero que meus inimigos continuem distantes deste blog...

Agora tentarei dormir na calma e na paz do murmúrio dos motores dos ônibus biarticulados e das buzinas dos carros, já que os passarinhos, esses safados, se calam durante do dia! Humpf!

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4 comentários:

  1. Dois momentos europeus que vivi:
    Pela primeira vez em Viena. Viena! Cidades dos cafés, teatros e livrarias. Eu tinha apenas dois dias e meio de tempo para desfrutar daquela maravilha de cidade. Fiquei na casa de uma amiga que já havia preparado um super programa, dizia ela. Primeiro fomos passear numa floresta. NUMA FLORESTA. Depois num parreiral na beira da cidade. NUM PARREIRAL. Fim da viagem. Fim da amizade.
    Os europeus adoram insetos. Férias. Eu na cama. Uma aranha enorme resolve me visitar. O que faz o dono da casa? Pega uma folha sulfite e cuidadosamente leva o bichinho até a rua. Repelente, detefon? Nada. Eles amam os bichinhos. Pensa que sabem o nome do vizinho? Que nada. Classe, gênero e regência verbal dos insetos, isso eles sabem de cor.
    Meu professor de bio na escola sempre dizia: Foi pro mato, a cobra tem direito de te morder. Agora, se ela entra na tua casa...dançou.

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  2. HHahahah! Adoro gente ranzinza! Sou a mais ranzinza q eu conheço. E também detesto passarinho, galo, qualquer coisa q cante algo q eu não possa acompanhar a letra e cantar junto (aí incluo música clássica e heavy metal).
    Adorei a nova sessão! Pode ter certeza q vai rolar um plágio de leve no Amenidades...
    Beijo

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  3. Krida,

    Maravilhoso teu post idignação passarinhal.

    Adorei.

    Lembrou-me um monte de histórias.

    Entre elas a de um certo italiano que ficava indignadíssimo com os canários na casa de praia de meus tios.
    Foi gargalhada geral, ele reclamando no bello idioma dantesco.
    Hehe.
    Beijinhos.

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  4. Achei muito engraçado esse post :D eu tbm não sou fã de "campo" não hihihihi

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