terça-feira, 11 de novembro de 2008

Que saudades do arco-íris

Era pra ser um comentário no blog da minha amiga Carol. Mas como sou verborrágica (fiquem calmos! isso aparentemente não é contagioso...) e a indignação é grande, virou post por aqui.

Pra entender tudinho, tem de ler o post da Carol primeiro.

Pois bem, desde que eu, Carol e também Carol (minha irmã) tivemos um animado papinho no qual a Carol do blog nos explicou esses modernos conceitos dos relacionamentos humanos eu fiquei, como manda o novo vocabulário das gírias para demonstrar estupefação, bege. Fazíamos um lanchinho na minha casa (aliás, precisamos repetir! Minha balança já regrediu o suficiente) quando ela começou a discorrer sobre esses novos tipos de relação entre homens e mulheres. Estanquei de um minuto a outro e permaneci de boca aberta, meu naco de pão caseiro coberto com minha geléia de morango também caseira parado no ar, sem compreender o mundo, com a estranha impressão de que dormi por alguns séculos congelada em alguma máquina e acordei no futuro cinza-chumbo dos filmes de ficção. Até já comecei a escrever sobre isso, mas cadê o tempo? No futuro da ficção ele também não existe mais, assim como as relações humanas...

Enfim, concordo com a Carol, isso não é relacionamento! JAMAIS será! Também estou de acordo que uma mulher assumirá o papel, para lá de secundário, de Falcatrua se, e somente se, aceitar. O que quero dizer é que no mundo ideal ela poderia simplesmente se recusar. Até acredito que há mulheres que queiram exatamente esse tipo de vivência (ia escrever convivência, mas me contive a tempo). Só que gravitamos no mundo real, e o mundo real é habitado por um monstro imaterial, logo, incolor, mas sufocante que atende pelo nome de Solidão. Apesar de imaterial e incolor, a tal da solidão pode ganhar consistência e acabar ficando ainda mais negra do que a alcunha de Falcatrua, Pegação, Cadastro, Mulher Pantufa - aquela que só se usa em casa (Carol, você esqueceu de mencionar essa importante categoria!) - ou qualquer outra tão ou mais perversa do que essas. E isso tudo é desolador...

Conversando com minha terapeuta (sim! preciso disso para não enlouquecer de vez), acho que ela definiu exata e tecnicamente esse novo tipo de encontro físico entre pessoas (não dá pra chamar de relacionamento e meu dicionário ainda é do mundo em que eu vivia). Trata-se de uma masturbação a dois. Não passa disso. Uma das nossas modernidades. O que antes era praticado sozinho, agora é feito a dois. Ou três. Ou quatro. Ou quantos estiverem na balada naquele momento, outra situação que já vi por aí em reality shows na TV a cabo e que me deixa de uma cor de indignação ainda indefinida. Portanto, nessa nova modalidade de masturbação, o parceiro tomou o lugar da mão, vibrador ou boneca inflável. Com a vantagem de se lavar sozinho depois, nem mesmo esse trabalho o descendente de Onã terá!

Parênteses cultural: Onã é personagem bíblico que teve de transar com a cunhada, mas decidiu literalmente fazer nas coxas, desperdiçando o sêmen, tal como acontece na masturbação. E daí veio a palavra onanismo que é meio sinônimo de masturbação. No fim das contas, um jeito chique de abordar o tema, ou de esbanjar cultura inútil geral, ou, então, uma maneira de falar do assunto na frente das crianças acreditando que elas não estão entendendo nada. Blogs também podem ser educativos!

Aliás, fazendo a pesquisa sobre onanismo (muito sábio esse Google), descobri uma coisa que pode acabar com o mercado das Falcatruas e quem sabe os homens (e também algumas mulheres) voltem a querer namoros como no tempo em que eu vivia. Uma engenhoca japonesa que primeiro me fez ficar roxa de rir para, em seguida, empalidecer de tanto chorar. Aonde vamos parar?!! Haja lugar na casa para guardar tanta tralha!!! E eu que sofria em pensar onde arrumaria espaço para o processador de alimentos cuja poupança, que estou fazendo há meses, já quase é suficiente para comprar... Definitivamente, passei anos em estado de catatonia, a fila andou, o mundo girou e eu fiquei parada no tempo.

O que mais me assusta é que esse nem é o mundo que meus filhos encontrarão quando saírem de casa para procurar companhia. Se em poucos anos desde minha solteirice até hoje ficou assim, sinto que ainda passarei por várias cores de pasmo e indignação antes de voltar a ser pó acinzentado. Na minha época a gente chamava um relacionamento inconseqüente de amizade colorida. Hoje vejo que ela simplesmente perdeu a cor.

3 comentários:

  1. Muito obrigada pelo apoio! Uma tremenda palhaçada isso sim o que essa gente inventou. O medo agora, segundo o meu amigo que batizou a situação, é q as falcatruas dele leiam os nossos blogs e se rebelem... hahahhahah! Saudadeeeeeeeee! Fiquei muito triste de não ter ido ao niver da Carol, mas não podia perder aula da pós... Queria ter passado mais tempo c vc! Beijos

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  2. è até eu me surpreendi com essa tal de Falcatrua....meu deus onde o mundo vai parar desse jeito....é nessas horas que você pensa que o ser humano esta perdendo os sentimentos e o auto respeito na estrada da vida.....que saudade do tempo em que havia respeito pelo sentimento de cada pessoa....bjus Elis

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  3. Minha irmã já tinha comentado esse novo método escravagista masculino, mas ela falou que o carinha DAVA MANUTENÇÃO, ve se pode? É a garota que é legal, divertida, topa qualquer programa, boa de cama,só precisa dar manutenção pra ter quando quiser.
    Acredito que quem aceite isso deve ter uma péssima auto-imagem, a não ser que a garota use o otário para pagar restaurante caro, levar a shows interessantes, passeios chiques e outras coisinhas: um usando o outro, fica empatado.

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